SOLICITAÇÃO DE AMIGOS

Alguns amigos nos têm escrito, solicitando com sinceridade: - Dr. Inácio, prefiro quando o senhor escolhe temas edificantes para abordar no Blog... - Peço ao senhor que, deixando o Movimento Espírita para lá, nos traga mais informações do Mundo Espiritual... - Desenvolva conosco temas de estudo, Doutor?!... Esqueçamos as polêmicas... Creio ter a obrigação de dizer aos irmãos e irmãs que nos escrevem que, particularmente, concordo com vocês. Para mim, seria mesmo bem mais fácil e cômodo tratar apenas e tão somente de temas amenos, que não suscitassem aborrecimentos. Peço a vocês, no entanto, que se coloquem no meu lugar, na condição de espírito que guarda plena consciência de muito já ter contemporizado com o erro, em vidas que já se foram. Eu não sei se vocês estão lembrados da resposta que São Luís, no capítulo X, item 21, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, deu a Kardec, quando ele perguntou: “Haverá casos em eu convenha se desvende o mal de outrem?” – “É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que vierem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes”. Então, realmente, eu fico sem saber qual a pior atitude: alegando caridade, ser omisso e indiferente perante certos equívocos, ou, com a fraternidade possível, não deixar de expressar o próprio pensamento a respeito desta ou daquela questão que, por exemplo, envolva o futuro da Doutrina... Por que será que Jesus, no Sermão das Bem-Aventuranças, terá recomendado àqueles que o ouviam: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar, vem do maligno”?! No livro do “Apocalipse”, capítulo 3, versículo 16, está escrito: “Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca...”. Coisa terrível, ser vomitado da “boca” do Senhor, não é?! Então, sinceramente, eis como eu penso: ninguém quer prender o marginal, mas acha que ele deve ser preso! Quando, porém, o policial prende marginal, muitos aparecem para dizer: - “Coitadinho, não precisava ser algemado... Vocês viram o jeito com que ele foi jogado dentro do camburão?! Isto é falta de humanidade... Policiais mal preparados, truculentos...”. O problema é que muita gente, a fim de não assumir responsabilidade, quer fazer justiça com a justiça dos outros, falando mais ou menos assim: - “Ah, ainda bem que não fui eu... Fulano vai para o inferno, mas eu vou para o Céu!...”. Sinto dar a você que assim imagina uma informação da qual, evidentemente, você não vai gostar: não vai, não! Você não irá para o Céu! A boa notícia é que, com certeza, também não irá para o inferno! Não sendo quente nem frio, o perigo é ser vomitado – não se sabe onde!... Deixando a brincadeira de lado – sim, porque espírito que se preza não pode ter senso de humor! –, permitam que eu lhes diga o seguinte: ninguém precisa tratar o marginal com desumanidade, mas ele precisa ir para a cadeia! Eu não seria tão hipócrita, ao ponto de aparecer aqui e dizer a vocês que não desejo ver todos os traficantes de drogas na cadeia! Todo o sequestrador na cadeia! Todo estuprador na cadeia! Todo corrupto na cadeia! Desejo, sim, e com aquelas esferas pesadas amarradas nos tornozelos, quebrando pedras por um bom tempo!... Compreendam que eu já passei daquela fase de escrever ou de falar para agradar, para “sair bem na foto”, para que as pessoas me achem bonzinho, ou para que continuem a ler os meus livros... Prometo, sim, me comportar, mas sempre que tiver algo a dizer, reivindico para mim o direito de fazê-lo! Humildemente, aceito e registro todas as solicitações dos irmãos e das irmãs que, com certeza, estão querendo me poupar de constrangimentos, mas, nisto tudo, há algo que não pode ser esquecido: eu preciso estar bem é com a minha consciência!... O que acham, ou deixam de achar de mim, com todo o meu apreço aos que comigo se preocupam, sinceramente, é irrelevante!... DR.INÁCIO FERREIRA Médium: Carlos Baccelli Uberaba – MG, 29 de novembro de 2011.

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