Espiritismo Reformista

O ESPIRITISMO REFORMISTA está fundamentado nos conceitos da Doutrina Espírita, sendo a sua prática e divulgação os principais objetivos de seus adeptos.
No ESPIRITISMO REFORMISTA não há, em hipótese alguma, cursos de desenvolvimento mediúnico e nem sessões de desobsessão. O contato com os espíritos é apenas mental.
E são incluídas em suas regras práticas, as Cerimônias de Celebração. As explicações a respeito, estão detalhadas no decorrer deste informativo.

PARA SER ESPÍRITA NÃO É NECESSÁRIO COMUNICAR-SE COM OS ESPÍRITOS,
DA MESMA FORMA QUE NINGUÉM PRECISA TER CONTATO DIRETO COM CRISTO, PARA SER CRISTÃO.

Quais os conceitos do ESPIRITISMO REFORMISTA?

Os conceitos do ESPIRITISMO REFORMISTA são absolutamente os mesmos da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec e complementada por espíritos superiores, através da mediunidade inquestionável e cristalina do maior médium de todos os tempos, Francisco Cândido Xavier. Destacamos e reconhecemos, a importância dos seguintes espíritos, de indubitável sabedoria - Emmanuel, André Luis e Bezerra de Menezes, na continuidade do trabalho iniciado por Allan Kardec, ou seja, a divulgação das verdades da vida espiritual e sua importância para a evolução do ser humano, finalidade única da existência de todo espírito criado por Deus.
Desejamos enfatizar que o médium Francisco Cândido Xavier, foi o primeiro a intermediar novas revelações, complementando a doutrina codificada por Allan Kardec, ainda cheia de lacunas a serem preenchidas.

E nenhum outro médium trouxe a lume informações inéditas, ou seja, informações que
não tivessem sido dadas através da mediunidade de Chico Xavier. São livros e mais livros lançados todos os dias, "psicografados" por uma infinidade de "médiuns" e de seus respectivos "guias espirituais", dizendo as mesmas coisas com palavras diferentes e, às vezes, nem o são.
Alguns mais ousados, tentando o ineditismo, trazem informações exóticas, esdrúxulas e baldas de qualquer significação.
O nosso ponto de vista é de que prestam um desserviço ao Movimento Espírita.

Por que o ESPIRITISMO REFORMISTA exclui a prática do desenvolvimento mediúnico?

Antes de qualquer outra explicação, entendemos que a "possibilidade de qualquer pessoa desenvolver a mediunidade", escancara portas para o charlatanismo, principal motivo de desconfiança por parte de pessoas que simpatizam com a doutrina, mas que já tiveram alguma experiência desagradável com "médiuns".

O ESPIRITISMO REFORMISTA não combate a mediunidade, o que seria um contra-senso, já que o Espiritismo só se tornou possível, em virtude da manifestação dos desencarnados com os encarnados, através da mediunidade, único meio disponível para isso. O que não é aceito pelo ESPIRITISMO REFORMISTA é o "desenvolvimento" da mediunidade, devido a uma orientação equivocada de que todos os seres humanos são médiuns. Esta orientação equivocada e generalizada em todo o meio espírita, tem feito com que "supostos" médiuns ou médiuns mal preparados e mal informados, estejam "intermediando" informações distorcidas e fantasiosas que, infelizmente, têm sido aceitas como revelações, pela maioria leiga que frequenta os centros espíritas; e aceitas, inclusive, por uma infinidade de trabalhadores destes mesmos grupos, que desconhecem a Doutrina Espírita, exatamente por focarem mais o fenômeno mediúnico, do que os ensinamentos que ela traz.
Os espíritos superiores afirmam que a mediunidade não deve ser "induzida", como ocorre normalmente nos Centros Espíritas tradicionais. Apenas 2% das pessoas são médiuns autênticos. Portanto, 98% da humanidade, a possui apenas em estado latente. Seguimos as orientações dadas pelo espírito Emmanuel, de inquestionável sabedoria, quando afirma em seu livro "O Consolador", a respeito da mediunidade: "...esse atributo do espírito representa ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade no mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos".
Emmanuel é muito claro ao citar que nem os nossos cinco sentidos estão inteiramente desenvolvidos. Portanto, como desenvolver adequadamente o sexto, que está sujeito ao psiquismo? Por isso, informações falsas, cheias de erros e fantasias são veiculadas todos os dias, por supostos "médiuns", que se encontram entre os 98% da humanidade, ou seja, sem as condições necessárias para um intercâmbio cristalino. O desenvolvimento mediúnico nunca foi praticado em nossa Entidade e nunca tivemos qualquer problema ou necessidade
desta prática. Os "médiuns", sabemos disso, cometem erros e enganos, levados pela vaidade e pelo orgulho, atraindo para si e para aqueles que os procuram, espíritos mistificadores e zombeteiros, que causam mais mal do que bem. E podem perfeitamente esconder seus erros, para melhor enganar, pois, a maioria que os procura não conhece as leis que regem o contato entre o muindo visível e o invisível. Mas a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec e complementada pelas revelações claras e lógicas de espíritos de sabedoria tal qual Emmanuel, André Luis e Bezerra de Menezes, através da mediunidade cristalina de Chico Xavier, não tem como nos enganar e nem como esconder erros, pois, estão testificadas através do livros, e sujeitas ainda ao crivo da razão e da lógica. Allan Kardec nos advertiu que "...é preferível negar 10 verdades, do que aceitar uma mentira...". A verdade, mesmo negada, uma hora vem à tona, como nos demonstra a ciencia. Porém, mentiras instituídas na crença popular, podem causar danos de graves consequências, até que se prove o contrário. Temos conhecimento de inúmeros casos dessa ordem.

A mediunidade, ao tempo de KARDEC, mesmo com todo controle exercido pelo seu discernimento e bom senso na condução de uma doutrina iniciante e com poucos adeptos, já era mistificada, como o próprio codificador nos relata em "O Livro dos Médiuns" e em "Obras Póstumas". O "O Livro dos médiuns" é cheio de advertências, quanto ao caráter das comunicações, insistindo na total importância do critério e do bom senso, para a constatação da veracidade ou não das comunicações. Espíritos inferiores e zombeteiros costumam interferir e perturbar os grupos, sem que se dê acordo desta realidade, com conselhos, orientações e atitudes esdrúxulas ou exóticas, muitas vezes, usando o nome de espíritos respeitáveis, para dar credibilidade ao fenômeno. Em "O Livro dos médiuns" há alguns exemplos de comunicações, recheadas de palavras difíceis e pomposas, assinadas com nomes ilustres, cujas autenticidades são discutíveis. Há mensagens assinadas até por Deus e Jesus Cristo!? Allan Kardec as assinalou para nos advertir. Para que não nos equivocássemos, com palavras bonitas. Mas isso só é possível com critério e bom senso. E critério e bom senso só se obtém com estudo constante, observação e raciocínio lógico. E nunca com fanatismo! Uma das máximas do Espiritismo é a FÉ RACIOCINADA.

Portanto, é fácil prever o que acontece hoje, com milhares de centros espíritas espalhados pelo Brasil, dirigidos, infelizmente, por pessoas despreparadas e que entronizaram a mediunidade, como foco principal do Espiritismo, com desconhecimento de sua Doutrina. Sem a cobertura ou supervisão das Federações, para lhes dar freio ou diretriz na condução de suas Casas. "Cegos guiando cegos", conforme ensinou o Nosso Mestre Jesus.

Kardec dedicou um livro à mediunidade: "O Livro dos Médiuns", porque foi o meio pelo qual se utilizou para codificar o Espiritismo. Isto porque, na época, houve um verdadeiro espocar da mediunidade em várias partes do mundo. Era o momento! A manifestação do desconhecido num meio hostil, devido ao clero; e desorganizado, devido à ignorância sobre o assunto. Portanto, era necessário o conhecimento, a educação, a disciplina. E, apesar de tanta orientação quanto aos diversos tipo de mediunidade, Kardec deixou claro que a intuição e a inspiração são as melhores formas de mediunidade, pois, resultam da reforma íntima e do grau de evolução de cada um.

Porém, devido ao trabalho minucioso efetuado por Kardec, as bases fizeram da mediunidade um dogma, uma obrigação, que passou a ser seguida por todos os centros espíritas. Caso contrário, não é um centro espírita. Isto ocorre devido a uma única comunicação, transmitida por um espírito que assinou o nome de Channing e que, infelizmente, foi mal interpretada. Essa comunicação consta das páginas 452-453, de "O Livro dos Médiuns", e vou transcrever apenas o início e o fim da mesma, pois, o seu conteúdo não modifica de maneira alguma, o que desejamos esclarecer:
"Todos os homens são médiuns, todos têm um espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-lo. Agora, que uns se comuniquem diretamente com ele, valendo-se de uma mediunidade especial; que outros não o escutem senão com o coração e com a inteligência, pouco importa; não deixa de ser um espírito familiar quem o aconselha. Chamai-lhe espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde à vossa alma, pronunciando boas palavras. Apenas nem sempre as compreendeis... Escutai essa voz interior, esse bom gênio, que incessantemente vos fala, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo guardião, que do alto dos céus vos estende as mãos. Repito: a voz íntima que vos fala ao coração é a dos bons espíritos e é deste ponto de vista que todos os homens são médiuns" (Channing).

Eu, particularmente, entendo o que Channing quis dizer, entretanto, considero essa mensagem confusa, dando origem a outras confusões, sendo que uma delas é considerar-se todos os homens "médiuns", ou seja, capazes de se comunicar ou receber comunicações do plano espiritual. O que não é verdade. Perceber que há algo ou alguém que nos atende quando clamamos por ajuda em momentos difíceis, não significa que somos "médiuns" e, muito menos, missionários. Significa simplesmente, que Deus dá a todas as suas criaturas, amparo e proteção nos caminhos da vida, sem privilegiar ninguém, principalmente nos momentos difíceis.

Quanto mais estudamos o "O Livro dos Médiuns", mais nos esclarecemos quanto à questões ligadas à mediunidade. E o quanto é necesário um conhecimento profundo da Doutrina Espírita, para distinguir o falso do verdadeiro, a fantasia da realidade e a imaginação exacerbada de certas pessoas que procuram destaque, por carência, orgulho ou vaidade.

Os tempos mudaram. Não estamos mais em tempos de revelação. A programação espiritual prevê tudo, inclusive, a época certa para cada fenômeno, para cada manifestação do mundo espiritual, com o objetivo único de acordar as consciências para o fato de que "há vida, antes e depois da vida".

Vivemos hoje a "Era da Conscientização", através do raciocínio lógico, que vem do estudo, da experiência e da observação de que só a boa-vontade com tudo e com todos, nos elevará à categoria de HUMANIDADE.

Infelizmente, deu-se à mediunidade e, consequentemente, às obsessões, uma importância tamanha, que desvia a atenção das pessoas, do conhecimento, objetivo principal do Espiritismo. Isto porque a maioria das pessoas prende-se ao fenômeno em si e não ao seu objetivo principal, que é chamar a atenção para a doutrina, que nos esclarece sobre a lei da reencarnação e a importancia da caridade no processo evolutivo.

Novamente, encontro esclarecimento na seguinte afirmação de Emmanuel:
"A maior caridade que se pode praticar é a divulgação da Doutrina Espírita".

Isto porque o Espiritismo foi promulgado por espíritos superiores, prepostos de Jesus Cristo, os quais nos explicam em riqueza de detalhes, as leis que regem o mundo visível e o invisível, a Lei da Reencarnação, a Lei de Ação e Reação, a Lei do Progresso, as Leis Morais e tantas outras informações importantes e significativas, que dão sentido a existência, elucidando enigmas milenares e nos conduzindo ao caminho do progresso e da evolução.

A humanidade só será melhor, quando houver popularizado o Bem em todos os sentidos, que é o que o Espiritismo preconiza, complementando os ensinamentos do nosso Mestre Jesus. E não apenas fazendo a caridade que tem dia, hora e lugar para ser praticada. Temos notícias de empresários espíritas, médiuns assíduos aos seus respectivos grupos espíritas, que são injustos com seus funcionários, usando de todos os meios disponíveis para burlar a lei que os protege, prejudicando-os e às suas famílias. E de tantos outros "médiuns" que têm prejudicado indivíduos e famílias inteiras, interferindo na vida e até mesmo na saúde das pessoas, com supostas atitudes "salvacionistas", dando a si mesmos títulos de "guias espirituais" da humanidade.

Mas, "...não se pode fazer esses comentários, para não "prejudicar" o Movimento Espírita...", opinião esta de alguns ilustres espíritas tradicionais, com os quais conversei a respeito. Negam-se a reconhecer que é esta atitude de "avestruz" que tem prejudicado o Movimento Espírita. Por isso, não aceitam de maneira nenhuma a postura do ESPIRITISMO REFORMISTA, embora essa postura procure apenas restabelecer a dignidade dos ensinamentos verdadeiramente cristãos, trazidos pelos espíritos superiores, preparados para esta missão. E que, em hipótese alguma, prejudicou, prejudica ou prejudicará alguém. Entretanto, as conveniências mundanas, fazem calar aqueles a quem de direito.


Por que o ESPIRITISMO REFORMISTA exclui as sessões de desobsessão?

Entendemos que as, assim consideradas obsessões, na maior parte dos casos, não passam de desordens emocionais, resultantes do livre arbítrio de cada um. E que responsabilizar os desencarnados por situações negativas, geradas pela imprudência ou ignorância dos encarnados, é recair nos mesmos erros de outras religiões, substituindo o "diabo" pelo obsessor.

Nesse assunto, somos orientados por Emmanuel, em livro de sua autoria, psicografado por Chico Xavier, "O Consolador", á página 178: "...os que reclamam contra o assédio das forças inferiores dos planos adstritos (ligados) ao orbe terrestre, devem consultar o próprio coração, antes de formularem as suas queixas, de modo a observar se o espírito perturbador não está neles mesmos. Há obsessores terríveis do homem, denominados "orgulho", "vaidade", "preguiça", "avareza", "ignorância" ou "má-vontade", e convém examinar se não se é vítima dessas energias pervesoras que, muitas vezes, habitam o coração da criatura, enceguecendo-a para a compreensão da luz de Deus..."

O codificador da Doutrina, Allan Kardec, em "Obras Póstumas", no capítulo a respeito de obsessões, escreve o seguinte:
"Cumpre também dizer que, frequentmente, se atribuem aos espíritos, maldades das quais são inocentes. Alguns estados doentios e certas aberrações atribuídas a uma causa oculta, derivam do próprio indivíduo. As contrariedades que normalmente cada um concentra em si mesmo, principalmente os desgostos amorosos, dão oportunidade a atos excêntricos, portanto, é um erro considerar-se fruto de obsessão. O homem, frequentemente, é o obsessor de si mesmo".

A desobsessão nunca foi praticada em nossa Entidade, nesses quinze anos de atividades, e nunca tivemos qualquer problema ou necessidade dela. A sua ausência traz paz e serenidade, porque resulta da reforma íntima e da prática do Bem, ensinamentos máximos do Cristianismo, que afirmamos seguir. "Nós somos o que pensamos"

Portanto, a crença sistemática de que problemas e dificuldades decorrentes do dia-a-dia, resultam do assédio constante e deliberado de espíritos inferiores, provoca a sua aproximação, pela oportunidade que lhes é dada de imantarem-se, através do pensamento, àqueles que os "chamam" direta ou indiretamente. Essa crença, além do mais, promove a falta de responsabilidade quanto aos próprios atos, já que se atribui sempre aos desencarnados, a causa de suas mazelas.


Inclusão de "Cerimônias de Celebração" dos seguintes acontecimentos

Conversão ao Espiritismo reformista
Uniões esponsalícias (casamento)
Nascimentos

O ESPIRITISMO REFORMISTA, ao incluir as Cerimônias de Celebração em seus preceitos e estatuto, normaliza a parte religiosa, propiciando aos seus adeptos, a alegria de celebrar em seu próprio meio religioso, os acontecimentos mais importantes de suas vidas. Desta forma, abolimos definitivamente, a dissociação hipócrita atual, de celebrar essas cerimônias em outras religiões, que nada têm a ver com as nossas crenças e atitudes.


TEMPLO ESPÍRITA REFORMISTA

O ESPIRITISMO REFORMISTA, assentado como religião, necessita de um Templo para que seus adeptos e seguidores tenham um espaço para suas Celebrações e suas necessidades de reflexão, meditação e gratidão ao Nosso Mestre Jesus, por todo o Bem que trouxe para as nossas vidas, desde que aportou neste planeta, para fazer-nos abrir os olhos às verdades redentoras.

E, como um pai zeloso pelo bem constante dos filhos de seu coração, prometeu nos enviar o Consolador, o Espírito da Verdade, que restabeleceria todas as coisas e ficaria conosco pela eternidade, nos dando a conhecer o que Ele não poderia ainda ensinar naquele tempo.

Entendemos que o Consolador é o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, pois, é uma doutrina que responde a todos os anseios de justiça, usando de uma lógica irrefutável. E isso só foi possível através da mediunidade. A mediunidade, portanto, tem caráter de revelação, ou seja, trazer à luz, o que se encontrava oculto, para entendimento geral.
Isso já foi feito. Não há mais nada a revelar, por enquanto.

Sabemos que para erntrar em contato com espíritos superiores, precisamos estar em sintonia com essa superioridade moral.

Felizmente, o Plano Superior nos enviou Chico Xavier para complementar a obra de Kardec. Temos absoluta certeza de que quatrocentos e dezessete livros psicografados por este médium extraordinário, são mais do que suficientes para esclarecer e conscientizar dezenas de futuras gerações, neste Terceiro Milênio. Centenas de espíritos, de diferentes ordens e conhecimentos, grafaram através de suas abençoadas mãos, as lições que nos hão de redimir e fazer avançar para as mais nobres aquisições da alma. No entanto, é bom frisar que, dessas 417 obras psicografadas, raras são as que tratam da mediunidade. Os espíritos superiores nos exortam constantemente à prática do Bem em todos os sentidos, e não ao desenvolvimento da mediunidade. Emmanuel, por exemplo, escreveu através de Chico Xavier, apenas um livreto de 96 páginas, dedicado inteiramente a este assunto: "Mediunidade & Sintonia". É um livro pequeno, mas gigante em esclarecimento. Finaliza-o, desta forma:

"Mediunidade não é instrumento de mágica, com que os Espíritos Superiores adormeçam a mente dos amigos encarnados, utilizando-os em espetáculos indébitos, para a curiosidade humana. Tarefa mediúnica, no fundo, é consagração do trabalhador ao Ministério do Bem. O fenômeno dentro dela, surge em último lugar, porque antes de tudo, representa caridade operante, fé ativa e devotamento ao próximo. Se pretendes um título na mediunidade que manifesta no mundo as revelações do Senhor, não te fixes tão só na técnica fenomênica; rejubila-te com as oportunidades de servir, exprimindo boa vontade no socorro a todos os necessitados da senda humana; e renovando os sofredores e ignorantes, os perturbados e os tristes, sob o estandarte vivo de teu coração aberto para a Humanidade, abraça-os por tua própria família! Depois disso, guarda a certeza de que te movimentas para frente e para o alto, porque Jesus, o Divino Mestre, virá ao teu encontro, inundando-te a jornada de esperança, alegria e luz!"
Todo ensinamento deste livro está sintetizado no título: "Mediunidade & Sintonia".
Emmanuel deixa claro que realmente somos todos médiuns (intermediários) do Bem ou do mal, dependendo do livre arbítrio de cada um. Se optamos pelo caminho do Bem, devemos intermediar ou mediunizar o Bem, a cada momento de nossa vida, a cada oportunidade que surja de fazer o Bem para os outros e não através dos outros.

Porém, junto com toda idéia inovadora e progressista como o Espiritismo, surgem também as dissociações, as falsas interpretações e o desejo de poder, gerados pelo orgulho e pela pretensão do domínio da verdade. Novamente "cegos guiando cegos", na busca do caminho mais fácil, combatido por Jesus. E o Centro Espírita transformou-se numa Agência da Espiritualidade, prometendo soluções rápidas para todos os problemas, em nome dos espíritos, como se eles fossem nossos empregados. Desta forma, a maioria das pessoas vai ao Centro Espírita, em busca do serviço dos espíritos, numa gama enorme de exigências. E não do objetivo principal do Espiritismo - o conhecimento de sua doutrina religiosa e científica, que nos liberta das trevas da ignorância. A maioria não se fixa. Retornam sempre aos seus redutos religiosos. Isso ocorre porque há lacunas a serem preenchidas, necessidades não satisfeitas.

Por isso, o ESPIRITISMO REFORMISTA surge para preencher essas necessidades humanas e espirituais.
Teremos o nosso Templo e as nossas Cerimônias de Celebração. Sem ostentações e luxos desnecessários. E estaremos unidos em torno dos mesmos conceitos espiritistas, porém, mais firmes, em virtude de novas práticas que nos mantenham em união e força.

ESCOLAS ESPÍRITAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E SECUNDÁRIO

As principais religiões do mundo têm suas próprias escolas, para que os filhos de seus adeptos posam gozar de uma educação integrada aos ditames da religião que professam. Entretanto, os espíritas, cuja doutrina alerta tanto para a educação e a disciplina, sem as quais não há progresso e evolução, infelizmente, não têm dado atenção a esse aspecto. Muitos espíritas enviam seus filhos para escolas católicas ou protestantes, buscando um ensino de melhor qualidade, criando dissociações incompreensíveis,, relacionadas a hábitos e crenças completamente diferentes dos nossos.

Diante do número alarmante de jovens consumidores de álcool e drogas, totalmente distantes de responsabilidades e deveres, gerados pela falta de autoridade, em todos os setores, propiciando abusos e crimes, fartamente divulgados pela mídia, as opiniões de diversos setores convergem para os pais, responsabilizando-os por estes acontecimentos. Entretanto, havemos de convir que se trata de um combate desigual - PAI/MÃE X SOCIEDADE (com suas paixões, apelos e desencontros, incluindo os órgãos de ensino, periodicamente nos noticiários policiais).

Uma Escola Espírita, com certeza, teria diretrizes bem diferentes daquelas que conhecemos, aperfeiçoando os valores morais e espirituais, dando uma nova interpretação aos objetivos da vida na matéria. As crianças e os jovens teriam uma educação naturalmente voltada para os conhecimentos básicos da Doutrina Cristã e Espírita, preparando-os para uma vida plena de ética, de respeito pelos semelhantes, de compaixão pelos desvalidos, de respeito pela Natureza, pela Vida e por si mesmos. E o principal: crer racionalmente em Deus, tendo uma noção mais exata de sua grandeza, sem temê-Lo!

Se você simpatiza com a Doutrina Espírita, aceitando claramente suas idéias e conceitos e se enquadra nestas novas normas, junte-se a nós. Precisamos unir os nossos esforços, para realizar os nossos ideais, de preparar melhor os nossos filhos para o futuro e para nós, pois, será aqui, neste lindo planeta azul, que retornaremos um dia, novamente cheios de esperança, para viver novas e abençoadas experiências evolutivas.
"A ciência sem religião é aleijada; a religião sem ciência é cega. (Albert Einstein)

Deus, segundo Baruch Spinoza (1632-1677)

"Pára de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti. Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti. Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer. Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho… Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso? Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia. Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas. Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste… Do que mais gostaste? O que aprendeste? Pára de crer em mim – crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar. Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido? Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro… aí é que estou, batendo em ti."
JESUS DE NAZARÉ - O “SENHOR DA PÁSCOA” Ele era judeu e, como tal, professava sua religião. Era reconhecido como rabi, pelo conhecimento que tinha das leis judaicas. Deixou isso bem claro, ao afirmar: “Não vim destruir a Lei, mas cumprí-la”. Os dez mandamentos continuam a ser um código de ética e moral insuperáveis, aplicável a quaisquer doutrinas, filosofias ou religiões. Entretanto, ele os resumiu a dois, focando apenas o Criador e a criatura, eliminando tudo o mais que pudesse tirar a clareza da Lei. “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Eis aí toda a Lei e todos os Profetas”. Agiu de forma a aproximar os homens de Deus, sem que tivessem que pagar por isso aos “doutores da lei”. Rompeu com os paradigmas, indo ao encontro dos pobres e dos sofredores; ensinava nas ruas, nas praças e nas casas de quem o convidasse, sem preconceitos ou discriminação. E escandalizou a todos, expulsando os mercadores do Templo, libertando os animais destinados a oferendas e bradando indignado: “Não tens entendido o que disse o profeta: “Não façam comércio na Casa de Oração”. Dando exemplo de humildade, submeteu-se ao batismo de João, apesar de nunca ter batizado ou orientado alguém neste sentido. E participou de Festas e Celebrações, como era de costume. Referia-se constantemente a Deus como a um Pai e afirmava que o Seu Reinado não era deste mundo. Sua prece diária era a constante ação no Bem de todos, indiscriminadamente. Deixou-nos como modelo de oração apenas o “Pai Nosso”, de profundo significado, demonstrando que as prioridades da Vida são simples e de caráter moral. E ao final, traído, vendido, humilhado, abandonado, espancado e crucificado como um bandido qualquer, gravou para sempre nos registros do Tempo, para que TODOS OS HOMENS lhe tenham acesso, as palavras que encerram o exemplo máximo de todos os seus ensinamentos: “PAI, PERDOAI-LHES, PORQUE ELES NÃO SABEM O QUE FAZEM” E três dias após a sua “morte”, ressurgiu entre os discípulos, numa clara demonstração de que a “vida continua...”

REGRESSO... Ana Fonseca da Luz

Preparo o meu regresso num misto de expectativa e tristeza. Está-se tão bem aqui… O meu eu é finalmente pleno e incondicional. A minha existência é agora toda e só minha. Mas eu sabia que este dia haveria de chegar. Quando cheguei, logo soube que teria de regressar. No momento, pareceu-me o mais correcto, porque sabia que ainda havia muito para aprender. No entanto, agora, agora que o momento do meu regresso se aproxima, alguma coisa, alguma força que faz sentido, me diz que sim, que aqui é o meu lugar. Mas não é… Ainda não é… O tempo escorre-me entre os dedos como se fosse areia e, afinal, percebo que aqui o tempo não tem tempo a perder, porque simplesmente não existe. Contemplo toda esta passividade que me cerca e percebo que valeu a pena ter percorrido tantos caminhos, tantos tempos, tantas intensidades, tantas ausências e expectativas, para poder, finalmente, ser merecedora desta breve eternidade que, dentro em pouco, voltarei a perder. Cai-me do olhar um oceano de lágrimas, quando lembro todos os que deixei e que sei que ainda hoje choram a minha ausência. Se ao menos eu lhes pudesse dizer que estou bem!… Se eles ao menos conseguissem perceber que lá, onde eu já estive tantas vezes, e aquilo a que chamamos vida, não é senão uma escola e apenas um lugar de passagem e de aprendizagem… Também eu muito chorei pelos que perdi, porque lá, tudo se esquece, para que se possa errar, até acertar. Como são intensos os cheiros aqui! Como é bonita a claridade, como é arrebatadora a música! E ainda há quem diga que não há anjos! E ainda há quem duvide da eternidade da nossa alma!… E ainda há quem duvide de que Deus está em todo o ser humano! Aqui, não há pressa. Ninguém sabe onde começa e onde acaba o amor, porque aqui realmente tudo é amor. Absorvo tudo com o meu olhar e o infinito cabe-me na palma da mão. Não quero regressar. Em vão peço para ficar. Sou apenas uma principiante. Apesar de já ter passado por aqui e por aquilo a que chamamos vida terrena várias vezes, a minha viagem está apenas no princípio. A minha alma enaltece-se, quando me dizem que há-de chegar o dia em que já não vou precisar de regressar. Que um dia, esta eternidade que agora me é passageira, será para sempre minha. Entretanto, o céu enche-se de novas cores e todas as cores têm cheiros. Por razões que desconheço, vem-me à memória um poema de Sophia de Mello Breyner que começa assim: ”Esta é a madrugada que eu esperava, o dia inicial inteiro e limpo onde emergimos da noite e do silêncio, e livres habitamos a substância do tempo…” Esta madrugada, matizada de violetas e marfins, é realmente a que eu esperava, para livre habitar um tempo novo que me espera. Fico mais um bocadinho… Aguardo, paciente, o regresso a esse carrossel a que chamamos vida e tento, embora sabendo que é em vão, encher os meus olhos de toda esta quietude e infinito que vivi aqui durante um tempo que não consigo contabilizar, simplesmente porque o tempo, aqui, não se pode medir. Aqui, nunca é tarde nem cedo. Aqui é simplesmente o agora. Aqui só há presente e é assim que se vive. Um presente pleno, inimaginável e belo. Tal como eu, muitos mais esperam a sua vez de regressar. E a expectativa de um regresso que não é desejado desenha-se no rosto de cada um, porque aqui somos tão felizes! A ligeireza da nossa existência aqui sobrepõe-se a tudo e a todos que deixámos para trás. Finalmente, sinto que chega a minha hora. Sinto-me como se estivesse para morrer. Como se o meu renascimento fosse a minha morte. Como se começar de novo fosse a pior coisa que me pudesse acontecer. De um abraço profundo entre um homem e uma mulher que realmente se amam, de uma semente lançada no ventre fértil e envolvente, renasço, porque é preciso. E, nesse ventre quente e aconchegante, cresço, desenvolvo-me e esqueço o sítio maravilhoso onde fui feliz em toda a plenitude. Espera-me uma vida nova de aprendizagem, de conflitos, de perdas e de ganhos, de amar e de ser amada. Espera-me uma nova partida e um novo regresso, até ao dia em que, finalmente, não será preciso regressar… A. Luz

VÍCIO - Ana Fonseca da Luz

Não me consigo entender… Bem me esforço Bem que luto. Mas, cada vez estou mais presa, Ao doce vício, de escrever Deito-me com letras, Soltas… Sem sentido… Tento decifrá-las Até adormecer. Sonho com palavras Pintadas de estrelas Faço cópias em cadernos, De duas linhas Para as perceber. E as palavras à solta, Cavalgam sem cessar Alinham-se, Ordenam-se Deitam-se no luar. Acordo! Sou poema Sou prosa rudimentar Sou esboço de vida Palavra linear. Ordenam-se as ideias, O vício a aumentar Tomo remédios, Mezinhas E isto sem passar… Como não consigo vencer, Este vício peculiar Enfeito esta folha De palavras, Letras E reticência (malditas reticências) Para contigo partilhar. Se souberes de algum remédio Que eu possa tomar… ANA FONSECA DA LUZ