BRAVO?! EU?!...

BRAVO?! EU?!...

Não, minha filha, não me interprete mal.
Eu não sou assim tão bravo com os espíritas, e com os médiuns, mesmo porque não disponho de autoridade moral para tanto.
Reconheço, sim, qual seja o meu lugar, e me coloco lá entre os últimos da fila.
O meu problema, talvez, seja excesso de zelo.
Tenho visto tanta gente se desviar do bom caminho!...
Prefiro (eu não gosto desta palavra, mas vou empregá-la) pecar por extrapolar em meu afeto, que me omitir.
Alguém, em nosso Movimento, precisa fazer o papel de “advogado do diabo”, concorda?!
Na falta de coragem de outros para tanto, que este alguém seja eu, que a nada aspiro.
Não me importa que, sendo incompreendido, desperte a antipatia de muitos.
Reconheço, por outro lado, que há quem se esconda sob o manto da falsa humildade.
Sinceramente, eu não estou preocupado em ir para o Céu de uma só vez, como há quem ache que isto acontecerá com ele, ou com ela.
A não ser para pedir a proteção do Alto, eu nunca penso “para cima” – eu só penso “para baixo”, porque a lei da gravidade espiritual de meus carmas não me deixa ilusões quanto a viver nos Mundos Superiores.
Aliás – olha aí! –, os espíritas estão muito enganados a este respeito, porque a realidade não é bem como a gente imagina, com “Nosso Lar” de portas escancaradas, etecetera e tal.
Quando eu me refiro aos espíritas, se você me permite, estou me incluindo, certo?!
Bom ou mau, eu me considero um adepto da Doutrina, que amo por ser do Cristo, e não por ser de Kardec.
Reconheço que, às vezes, eu me excedo, mas como o irmão mais velho que enxerga o perigo a que o irmão mais novo está se expondo.
Se, realmente, eu fosse bravo com os espíritas, eu diria como Chico Xavier, que, certa vez, em um de seus momentos de expulsar os vendilhões do templo, falou a quem desejasse ouvir: - “O Espiritismo é uma doutrina maravilhosa... O que a estraga, são os espíritas!”
Vocês não conheceram o homem, quando tomado por justa indignação...
Sabe, minha irmã, a gente não pode contemporizar – nem com a gente mesmo! E tampouco, claro, ser intolerante.
Vê como é difícil?!
Graças a Deus, uma das coisas que eu nunca aprendi foi mentir! Não gosto de mentira e não topo gente mentirosa!
Acho que, no passado, já menti muito, e chega!
Prefiro, também como dizia Chico, ser uma besta espírita do que um espírita besta.
Então, sem muitas palavras e mais explicações, o negócio é esse aí.
Espírito é gente – eu sou gente! Essa história de todo espírito ser Mentor, é balela! Conversa de médium mentiroso, que quer fazer cartaz à custa de Guia!
E, sendo gente como me reconheço ser, você não há de me negar o direito de opinião – o que tenho escrito para a Terra, simplesmente, é a minha opinião!
Os meus livros estão aí, nas prateleiras – apesar da censura – da CENSURA ESPÍRITA, pode?!
Seria cômico, se não fosse trágico.
CENSURA ESPÍRITA, meu Deus?!
Antes de ficar realmente possesso, acho que vou parar.
Você sabe do que esta turma está mesmo precisando: de algumas palmadas nas nádegas!
Êta, criançada peralta, metida a intelectual!...
Estão no “jardim da infância”, e se consideram acadêmicos...
Muito obrigado pela oportunidade e... não me queira mal!
Com o meu calmo e afetuoso abraço,

DR. INÁCIO FERREIRA
Médium: Carlos Baccelli
Uberaba – MG, 1º de novembro de 2011.

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