IMPERATRIZ TEODORA E A PROIBIÇÃO DA REENCARNAÇÃO


Theodora [500-548], santa da Igreja Cristã Católica Ortodoxa; seu dia é 14 de novembro. Nascida na ilha de Creta [ou na Síria ou em Paphlagonia, ou na costa do Mar Negro, como preferem alguns historiadores], ela foi atriz de comédias, cortesã, teve inúmeros amantes, entre eles, um certo Hecébolo, governador de Pentápolis, pai de seu único filho. Era mal vista e mal falada na sociedade da época até que, em 523, casou-se com Justiniano [483-565].

Quando Justiniano ascendeu ao trono tornando-se imperador Justiniano I, Teodora tornou-se imperatriz. Foi uma consorte ativa tomando parte nos negócios do governo. Defendia o direito das mulheres à herança e posse de propriedades; direito ao aborto, compensações em caso de divórcio; condenou os assassinatos de mulheres acusadas de adultério.
É considerada a mulher mais influente do Império Bizantino.

Porém, entre os feitos políticos de Teodora destaca-se sua curiosa intervenção no Segundo Concílio de Constantinopla ─ 5º Concílio Ecumênico das Igrejas Cristãs: Ortodoxa do Oriente, Católica Romana e outros grupos [seitas] cristãos ocidentais. Aconteceu entre maio e junho de 553 e foi convocado pelo imperador Justiniano e presidido pelo Patriarca de Constantinopla, Eutychius [512-582].

Entre os graves assuntos que, naqueles concílios eram discutidos entre berros, tapas e safanões, naquele Segundo Concílio de Constantinopla, estavam na pauta movimentos cismáticos [de divisão] dentro do Cristianismo como: o Nestorianismo. Os Nestorianos defendiam a da União Hipostática [na pessoa de Cristo] ou seja, que no Ser de Jesus Cristo coexistiam duas Naturezas: humana e divina. Além disso, questionavam a maternidade virgem, a Imaculada Conceição, de Maria: ela teria dado à luz somente ao suporte físico, humano do Messias [como se tudo isso tivesse importância!]. Eram idéias de Nestorius [386-451], que foi Arcebispo de Constatinopla.

Em meio a temas tão complexos, Teodora preocupava-se com uma questão muito específica. A reencarnação: Teodora não gostava da doutrina da reencarnação e menos ainda da Lei do Carma que acompanhava essa doutrina; porque a estadista poderosa tinha um passado e um lado obscuro. Ao se tornar imperatriz, Teodora abusou de seus poderes: mandou matar centenas de mulheres. Cortesãs, escravas, prostitutas sacerdotisas do paganismo que considerava rivais ou potencialmente perigosas para sua nova posição.

Depois de se aprofundar nos estudos religiosos, Teodora ficou com medo. Tinha pavor de reencarnar em circunstância penosa, como escrava negra, por exemplo. Para resolver o problema, resolveu interferir neste ponto da doutrina cristã. Pediu ao marido imperador que providenciasse a legitimação de uma teologia que negasse a reencarnação acreditando que, assim, jamais teria de prestar contas à maldita Lei do Carma. Não haveria mais reencarnação. O pecador seria purificado de seus erros com o perdão da Extrema Unção, pela confissão e nos casos muito graves, passaria uma temporada em um purgatório e depois teria passagem livre no Paraíso. Reencarnação, nunca mais! Teodora não queria; Teodora proibiu!

Um comentário:

  1. grande contribuição Sonia. A humanidade precisa muito conhecer estas verdades. abrs. Nelson

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