NÃO USAR SEU NOME EM VÃO

Muitas pessoas me perguntam porque, apesar de ser espírita e fundadora do Espiritismo Reformista, eu quase não falo em Deus.
É o seguinte, eu sou espírita cristã e, por isso mesmo, interesso-me pela parte doutrinária que se inicia com o Novo Testamento e tem continuidade, através das Obras Básicas da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec e as que lhe seguiram, psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier. O Antigo Testamento não faz e nunca fez parte de meus estudos, por motivos que não cabem aqui e agora.
Entretanto, os dez mandamentos, que Jesus sabiamente resumiu a dois: “Amar a Deus sobre todas as coisas” e “Amar ao próximo como a si mesmo”, mantém implícito no primeiro todo o amor e respeito que devemos ao nosso Criador , inclusive o de não “usar o Seu Nome em vão”, que é o segundo dos dez mandamentos promulgados por Moisés.

Infelizmente, a maioria das pessoas esquece dêste mandamento e evoca o nome de Deus (e de Jesus), constantemente, para as coisas mais tolas e comezinhas das vida. Se não usar (evocar, falar, escrever) o Seu Nome em vão, é o segundo mandamento das Leis de Deus, deve haver um motivo muito forte para não fazê-lo à toa, mas somente em situações de grandes necessidade ou importância. Além disso, o excesso faz com quem se perca a força e o poder verdadeiro contidos no nome de Deus, tornando-o vulgar e sem sentido. Observamos isto na atualidade. Perdeu-se o respeito pela Divindade.

Vou usar um exemplo mais simples. Uma mulher não colocará o seu melhor e mais belo vestido para fazer a faxina na casa. Nem usará no dedo um anel de brilhantes para lavar o vaso sanitário.
Tampouco usará o seu carro de passeio (zero) para transportar porcos. Isto porque esta mulher sabe o valor de cada uma destas coisas e que cada uma delas se destina a momentos especiais de sua vida.
Então, se nós temos o cuidado de resguardar as COISAS que consideramos de valor, haveremos de resguardar com maior e multiplicado cuidado o nosso respeito a Deus, Nosso Pai e Criador de todo o Universo.

Outra coisa é o fato das pessoas tratarem Deus como se Ele fosse um empregadinho, obrigado a cumprir ordens, caprichos, mandos e desmandos. Ele tem que tomar conta da casa, dos filhos, do carro, da casa da praia, do sítio, do cachorro... Tem que arrumar emprego, promoção, namorado... Tem que afastar pessoas indesejáveis, possíveis inimigos, invejosos... Tem que fazer passar naquele teste, na faculdade, na entrevista... Trazer prosperidade, abundância, riquezas, a pessoa certa. Tem que ajudar na compra do apartamento, do carro, do celular, da televisão, do vídeo game...Tem que arrumar uma boa doméstica que ganhe pouco e trabalhe muito, clientes para o marido, amigos de influência para os filhos, namorados ricos para as filhas...
Enfim, a maioria das pessoas espera que Ele faça tudo aquilo que está relacionado às nossas obrigações e deveres, que têm o objetivo de nos fazer crescer, progredir, evoluir como espíritos eternos que somos. E, quando não dão conta do recado, pela própria imprudência e irresponsabilidade, é contra Ele que se voltam, cobrando um Bem que não fizeram por merecer e perguntando, injustamente: “Por que eu?” como se fosse a ÚNICA pessoa do mundo a ter dificuldades.

Em minha opinião, não devemos falar à toa em Deus e em Jesus e, muito menos, fazer pedidos tolos.

São Sagrados... A Eles recorremos somente em momentos de grande dor, de grande sofrimento. É nesses momentos que SENTIMOS com maior intensidade as Suas Presenças Divinas junto a nós. São experiências inesquecíveis. No nosso dia a dia, devemos, em momentos de reflexão, ser gratos por todas as experiência vividas, agradáveis ou não, pois todas têm por objetivo o nosso crescimento pessoal. E a maior reverência que podemos fazer a Deus e a Jesus é o cumprimento de nossos deveres e obrigações, jamais fazendo aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem e, aproveitando todas as oportunidade de fazer o Bem.
Lembremos sempre de Jesus, quando afirmou: "Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor...faz a vontade do Pai"

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