“Há no ar um clima que denuncia que os seres do futuro serão repetidores de informações e não pensadores”. – Augusto Cury, em “O Mestre da Sensibilidade”.
Você é um pensador espírita, ou repete o que ouve de médiuns, como se eles fossem oráculos infalíveis?
Você é um pensador espírita, ou vive de acatar o que os espíritos dizem sem qualquer análise e reflexão?
Você é um pensador espírita, ou não passa de hábil memorizador do que está escrito nas obras da Codificação?
Você é um pensador espírita, ou teme ir contra velhas verdades estabelecidas como dogmas da Doutrina?
Você é um pensador espírita, ou prefere fazer o jogo de quem está no poder, apenas para alimentar o seu ego com aplausos ou ser convidado para ser mais um a não se ocupar com coisa nenhuma, em reuniões de muita saliva e pouco suor?
Você é um pensador espírita, ou receia ficar sozinho com os seus pensamentos, por oposição natural ao que pensa a pretensa maioria?
Você é um pensador espírita, ou, a pretexto de ser colocado à margem pelo Sistema, copia as antigas “vaquinhas de presépio”, que balançam a cabeça em aprovação a tudo?
Você é um pensador espírita, ou prefere integrar grupos partidários que disputam o poder – poder que, absolutamente, não existe no Espiritismo?
Você é um pensador espírita, ou tem receio de manifestar, publicamente, o que pensa, para não desagradar a fulano ou beltrano?
Você é um pensador espírita, ou tem horror à pecha de antidoutrinário, que, sinceramente, soa aos meus ouvidos mais como elogio que como condenação?
Você é um pensador espírita, ou ainda não perdeu o habito de beijar os anéis de bispos e cardiais reencarnados, curvando a cerviz para uma hierarquia imaginária que, em Doutrina, é clamoroso equívoco?
Você é um pensador espírita, que professa de maneira livre e independente a crença que abraça, sem se sentir excomungado pelos que se arvoram em donos do Movimento?
Você é um pensador espírita, que fala e publica o que pensa, sem se preocupar com crítica e censura ao que publica e fala?
Você é um pensador espírita, que ama a Doutrina, mais do que a posição comodista que lhe garante estabilidade no campo das opiniões?
Você é um pensador espírita, que não se deixa manipular por supostas revelações relacionadas ao seu passado, através das quais tantos inflam o ego e calam a boca no que têm vontade de dizer e não dizem?
Você é um pensador espírita, que, para ver o seu trabalho publicado nesse jornal ou naquela revista, aceita a “sugestão” de mudança do conteúdo dessa ou daquele frase que lhe nasceu da inspiração?
Você é um pensador espírita, ou, infelizmente, expressa o seu parecer de acordo com a imaginária (às vezes, nem tanto!) máquina de calcular que trás no bolso, sopesando lucros e perdas?
Você é um pensador espírita, que se borra todo quando alguém lhe faz a ameaça de não mais convidá-lo para proferir palestra nessa ou naquela instituição – como se a mais bem frequentada instituição do País valesse mais que o centro espírita humilde que conta com meia dúzia de frequentadores?
Você é um pensador espírita, ou dá ouvidos excessivos aos boçais que examinam as obras de sua lavra, mediúnicas ou não, como se fossem absolutos donos da Verdade?
Você é um pensador espírita, de papo (quase que escrevo outra palavra!) roxo, ou, a pretexto de caridade – que, para mim, tem o nome de covardia! –, está sempre contemporizando no intuito de preservar o seu “bom” nome?
Você é um pensador espírita, ou malandro de carteirinha, que não quer ser tachado de alienado e obsidiado pelos que se consideram psicologicamente saudáveis?
Você é um pensador espírita, ou vive disputando cargos de direção na casa espírita, como quem disputa a presidência de uma liga de truco, para dizer que comanda meia dúzia de blefadores que sabem esconder o zape na manga da camisa, com o intuito de puxar mais um tento?
Afinal, o que é você?! Um boneco, ou gente que, embora feita de carne e osso, não receia testemunhar a Verdade, mesmo porque, por preço algum a sua consciência não se encontra à venda?...
DR.INÁCIO FERREIRA
Médium: Carlos Baccelli
Uberaba – MG, 23 de agosto de 2011.
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